Bolo Souza Leão

Bolo Souza Leão

Bolo Souza Leão - Patrimônio Cultural de Pernambuco

O Bolo Souza Leão não é apenas uma sobremesa, é um emblema da história e da opulência do período colonial em Pernambuco. Considerado o rei dos bolos brasileiros e registrado como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado, sua receita é uma herança da doçaria conventual portuguesa, adaptada com o ingrediente nobre da terra: a mandioca. O resultado é uma iguaria de textura incomparável, que não é nem bolo, nem pudim. É um creme denso, liso, aveludado e de um amarelo intenso, que derrete na boca e revela a complexidade de sua preparação.

Informações Essenciais

  • Tempo de Preparo: 45 minutos

  • Tempo de Cozimento: 1 hora

  • Tempo Total: 1 hora e 45 minutos

  • Rendimento: 1 bolo grande (12 a 16 porções)

  • Nível de Dificuldade: Difícil

Ingredientes

  • 1 kg de mandioca (aipim/macaxeira) crua

  • 12 a 15 gemas de ovo

  • 500 g de açúcar refinado

  • 200 g de manteiga sem sal, em temperatura ambiente

  • 2 xícaras (chá) de leite de coco grosso (aprox. 400 ml)

  • 1 xícara (chá) de água

  • ½ colher (chá) de sal

Modo de Preparo

1. Prepare a Massa de Mandioca

  1. Descasque, lave e rale a mandioca na parte mais fina do ralador.

  2. Em seguida, coloque a mandioca ralada aos poucos em um pano fino e limpo (como um voal ou pano de prato) e esprema com muita força para extrair todo o excesso de líquido. A massa resultante deve ser bem seca e soltinha. Pese para garantir que você tem cerca de 500-600 g de massa espremida.

2. Prepare o Bolo 3. Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte generosamente com manteiga uma forma redonda ou de furo no meio (com cerca de 24 cm) e polvilhe com açúcar em vez de farinha. Prepare uma assadeira maior para fazer o banho-maria. 4. Peneire as Gemas: Passe as gemas por uma peneira fina para remover a película (chalaza) e reserve. 5. Faça a Base: Em uma tigela grande, misture a massa de mandioca espremida com as gemas peneiradas e o leite de coco. Use as mãos ou uma espátula para garantir que tudo esteja bem incorporado. 6. Prepare a Calda: Em uma panela, leve ao fogo o açúcar e a água. Mexa até o açúcar dissolver e a calda ferver, formando um xarope ralo (não deixe virar caramelo). Desligue o fogo e adicione a manteiga, mexendo até derreter por completo. 7. Incorpore a Calda: Com a calda ainda bem quente, despeje-a em fio lento sobre a mistura de mandioca, mexendo vigorosamente e sem parar com um batedor de arame (fouet) para que a massa cozinhe levemente e não empelote. 8. Peneire a Massa (Etapa Essencial): Adicione o sal e misture. Agora, passe toda a massa líquida por uma peneira fina, usando as costas de uma colher para ajudar. Para um resultado verdadeiramente aveludado, repita este processo duas ou três vezes. 9. Asse em Banho-Maria: Despeje a massa peneirada na forma preparada. Coloque a forma dentro da assadeira maior e despeje água fervente na assadeira, até atingir a metade da altura da forma do bolo. 10. Leve ao forno e asse por cerca de 1 hora, ou até que a superfície esteja bem dourada e, ao inserir um palito, ele saia limpo. 11. Sirva: Retire o bolo do forno e do banho-maria com cuidado. Deixe esfriar completamente antes de desenformar e servir. Ele é tradicionalmente servido em temperatura ambiente.

Dicas e Variações

  • O Coração do Souza Leão: A textura aveludada é a alma deste bolo. Não pule as etapas de espremer bem a massa de mandioca e, principalmente, de peneirar a massa final várias vezes. É um trabalho que exige paciência, mas é o que define o verdadeiro Souza Leão.

  • As Gemas: A quantidade generosa de gemas é uma herança da doçaria conventual portuguesa e é essencial para a cor, o sabor e a riqueza do bolo. Peneirar as gemas antes de usar remove a película que pode deixar gosto de ovo.

  • O Banho-Maria: Assar em banho-maria é fundamental para que o bolo cozinhe de forma lenta e uniforme, resultando na sua consistência cremosa, quase de pudim, e evitando que a base queime.

  • Patrimônio Pernambucano: O Bolo Souza Leão é tão importante para a cultura local que foi o primeiro prato a ser oficialmente registrado como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco, em 2007.